A Caixa Econômica Federal (CEF) está realizando até hoje, no Espaço Cultural José Lins do Rego, a 5ª edição do Feirão Caixa da Casa Própria. A expectativa da Caixa é movimentar durante os três dias de evento recursos da ordem de R$ 50 milhões e, para atrair o consumidor, são ofertadas vantagens, prazos e condições especiais.
Apesar das facilidades salientadas pela Caixa, o presidente da Associação Nacional de Mutuários e Moradores (ANMM), Décio Esturba, afirma que comprar a casa própria em ações desse tipo pode esconder algumas armadilhas. “É preciso ter muito cuidado com essas ofertas ditas irrecusáveis e que, na verdade, trazem uma grande dor de cabeça para os cidadão”.
Segundo ele, a principal armadilha é com relação aos imóveis usados e a explicação está no fato de que a maioria se trata de bens leiloados. Na prática, a CEF já pôs em leilão o imóvel de um mutuário que não conseguiu as prestações e quer repassar para uma outra pessoa. Como geralmente os primeiros proprietários ainda não deixaram a residência, o novo mutuário pode ter sérios problemas para conseguir morar lá.
Com relação aos imóveis novos, o problema mais grave está na elevada taxa de juros, inconveniente já conhecido dos mutuários com contratos regidos pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
Segundo Esturba, os juros praticados chegam até 12,5% e somados a outras tarifas, podem significar prestações impagáveis com o passar dos anos. “Essa questão dos juros, aliás, é o maior problema dos contratos habitacionais, visto que, se a maior parte dos recursos para habitação vem do FGTS – que chega aos bancos a 3% – e são repassados ao consumidor por até 12,5%, onde está a finalidade social disso? Não existe, uma vez que os agentes financeiros estão visando apenas o lucro”, alerta Esturba.
Para não se deixar levar por impulso e se arrepender depois, a Associação Nacional dos Mutuários e Moradores (ANMM) orienta que futuro mutuário analise bem todas as informações a respeito da casa que pretende comprar. Ele deve observar se ela está desocupada, se já foi leiloada, se não tem pendências judiciais que a envolvam, etc.
Quem quiser tirar mais dúvidas com relação a essa e outras questões, pode procurar uma das unidades da ANMM, que tem escritórios em João Pessoa (PB), Recife (PE) e Natal (RN). Na capital paraibana, a Associação fica na Av. Coremas, 310- Centro. O telefone é (83) 3241-1148.