Reabrir o canal de diálogo entre os serventuários e o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, o desembargador Luiz Sílvio Ramalho Júnior, foi o principal ponto de discussão durante a sessão especial realizada na tarde desta terça-feira, 20, na Assembleia Legislativa, que discutiu a atual situação dos servidores do Poder Judiciário do Estado da Paraíba, em greve há 43 dias.
A deputada e advogada Nadja Palitot, que pediu a realização da sessão, hipotecou solidariedade à causa dos serventuários da Justiça. Em seu discurso, a parlamentar disse que greve é legítima, mas ressaltou que o impasse existente entre as partes prejudica o povo paraibano. “É preciso reabrir o diálogo entre as partes, como forma de resolver este impasse, que só prejudica a sociedade paraibana”, declarou.
Na última quinta-feira, 15, o Pleno do Tribunal de Justiça declarou inconstitucional a greve dos serventuários. A categoria decidiu manter a paralisação, mesmo sob ameaça de multa diária de R$ 2 mil.
Com base nas reivindicações da classe, a advogada Nadja Palitot afirmou que a greve dos servidores da Justiça não poderia ser decretada ilegal. “Os serventuários estão reivindicando, basicamente, reposição salarial, referente a perdas provocadas pela inflação. Isto é legítimo. E se é legítimo, é legal”, garantiu.
O líder classista Celso Batista, presidente da Associação dos Trabalhadores do Tribunal de Justiça, informou que a categoria não desejava chegar ao ponto de deflagrar um movimento paredista, mas a falta de diálogo com o presidente do Poder Judiciário e não atendimento das reivindicações básicas da classe levou os serventuários a optar pelo instrumento da greve. “A greve é a voz daqueles que não se fazem escutar, como bem disse o líder Martin Luther King”, declarou.