Uma sessão tumultuada e marcada por várias manifestações de repúdio ao Governo do Estado por parte dos oposicionistas marcou, na tarde de hoje, a aprovação do projeto de lei que pedia autorização do legislativo para contrair um empréstimo de R$ 191,5 milhões junto ao BNDES. O texto foi emendado pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Zenóbio Toscano, que propôs a inclusão do detalhamento dos investimentos como anexo obrigatório do projeto, além de prever uma prestação mensal de contas do uso das verbas.
Antes da votação, que se deu no final da tarde, após às 17 horas, os deputados de oposição divulgaram uma nota de solidariedade e reclamaram de eventuais ações do Governo do Estado para enfraquecer o legislativo e, mais especificamente, o presidente da Casa, Arthur Cunha Lima (PSDB).
Ansiosos, os parlamentares de situação instigaram os colegas a apressar a votação. Zenóbio Toscano respondeu, com bom humor: "No Senado, as sessões demoram muito mais e os senadores têm mais idade que nós e não vejo reclamações. Aqui, só porque passou das 17 horas, já tem gente apressada", disse.
Apesar das reclamações, o projeto foi aprovado, com o voto contra anunciado do deputado Antônio Mineral. "A maioria do povo da Paraíba é contra e eu sou contra. Toda a Paraíba sabe a minha justificativa. Não vou aprovar empréstimo para ser usado em campanha", declarou Mineral. Ele, a exemplo de vários outros colegas, como Lindolfo Pires, Zenóbio Toscano, Romero Rodrigues, Manoel Ludgério e Aguinaldo Ribeiro, foi à tribuna para se pronunciar sobre o empréstimo. Em apartes, José Aldemir e Dinaldo Wanderley também fizeram suas considerações sobre o polêmico projeto.
"Já estava definido o nosso voto. Se fosse para dar opinião pessoal, seria outra, mas aprendi desde minha atuação na Câmara, a tomar decisões pelo colegiado. É em nome da unidade da bancada que atendo uma solicitação do líder da bancada, Manoel Ludgério, e votarei a favor. Eu seria contra porque todos que me procuraram para falar sobre a matéria foram contra", disse Romero Rodrigues, ao justificar porque estava mudando seu posicionamento.