O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), se defendeu hoje das acusações de participação num suposto esquema de corrupção que consistiria na distribuição de recursos para parlamentares da base. O dinheiro viria de empresas que prestam serviços ao governo do DF.
Arruda leu uma nota em que afirma que o dinheiro recebido do ex-secretário Durval Barbosa foi registrado e contabilizado. Barbosa registrou em vídeo Arruda recebendo dinheiro –a imagem faz parte do inquérito que investiga suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal.
"Os recursos eventualmente recebidos por nós do denunciante para ações sociais nos anos de 2004, 2005 e 2006, entre os quais o que foi exibido pela TV, foram regularmente registrados ou contabilizados, como o foram todos os demais itens da campanha eleitoral", diz nota lida por Arruda.
Arruda afirmou ainda que as imagens foram "conduzidas" de modo a deturpar conteúdo e criar uma situação comprometedora.
"Quanto ao diálogo gravado no dia 21 de outubro, fica claro que foi conduzido para passar uma versão previamente estudada. A avaliação preliminar dos nossos advogados me alerta que os supostos defeitos ou aquecimento ou resfriamento do aparelho de gravação, tudo isso nos exatos termos que consta dos autos, podem ter truncado e comprometido o teor e o sentido da conversa. Inclusive com a "desconfiguração dos dados armazenados"", afirmou ele.
Segundo ele, seus advogados estão estudando uma forma de questionar a autenticidade do vídeo como prova. "Os advogados estão estudando essa questão. O denunciante propunha realização de pesquisas, conversas de apoio político. Deixamos claro que não aceitaríamos essas doações, pois só cuidaríamos de campanha no próximo ano."
"Quanto a outras imagens ou informes inseridos no inquérito relativos a doações que ele teria feito a outros políticos, é preciso que haja análise cuidadosa para esclarecer melhor as datas e as responsabilidades", disse Arruda. "Os nossos advogados estão analisando os autos para, no momento próprio, divulgar as nossas impressões."
Arruda ainda lembrou que Barbosa –que gravou conversas com Arruda e outros parlamentares em troca de redução de pena em futuras condenações– foi secretário da Codeplan.
"Tendo em vista o que aconteceu nos últimos dias e depois de uma análise preliminar dos documentos disponíveis, julgo importante fazer algumas considerações. Primeiro: durante oito anos, o denunciante Durval Barbosa, hoje réu em 32 processos, todos por atos praticados no governo anterior foi presidente da Codeplan –a empresa de informática do governo Roriz", disse Arruda.
Folha Online