Adriana Crisanto

Jornalista profissional (DRT/PB n. 1455/02-99). Especialista em Jornalismo Cultural, mestre em Serviço Social (C.Política) pela Universidade de Salamanca e Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com atuação na imprensa local.

Armandinho Macêdo e Marcel Powell fazem show que dará origem a CD inédito

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Fotos: Cycero Tavares

Um negócio sacudido e gostoso foi o que fizeram Armandinho Macêdo (bandolim) e Marcel Powell (violão) no último final de semana de outubro no Teatro Rubí, em Salvador (BA). O encontro destes virtuoses foi para fazer um Tributo ao Baden Powell, um dos maiores violonistas brasileiros em todos os tempos.

Armandinho e Marcel carregam consigo a responsabilidade de serem filhos de grandes ícones da história e música brasileira. Um é filho do criador do Trio Elétrico, o outro do maior violonista que Brasil já teve. Mesmo com todo peso leve, gostoso e sacudido que carregam de suas raízes familiares eles mostraram para a plateia baiana que música vem do berço e pode ser reinventada mesmo que sejam as obras de seus pais.

Baden Powell foi um dos responsáveis por eternizar os sambas do Brasil do lado de Vinicius de Moraes e outros grandes compositores. Osmar Macêdo junto com Dodô reinventaram a guitarra, o choro e o carnaval brasileiro. “Uma alegria tremenda” foi assim que definiu Marcel ao saber que Armandinho aceitou o convite para esse tributo. No repertório do show eles tocaram Berimbau, Consolação, Canto de Ossanha, clássicos do chorinho, como Noites Cariocas e Assanhado e como não poderia deixar de ser a canção “Taiane”.

“O que meu pai deixou, o trabalho dele vai ficar para sempre. Tenho buscado com essas parcerias ascender aquela luz novamente e deixar sempre vivo na memória das pessoas as obras dele”, contou Marcel Powell, que apesar de ter nascido na França tem alma muito brasileira e teve como professor o próprio pai. Marcel traz na sua discografia 10 Cd´s, o primeiro em 1994 intitulado “Baden Powell e Filhos”.

O que mais chamou atenção foi o virtuosismo de Armandinho Macêdo, que mesmo com o braço cerrado de pontos devido a um acidente de bicicleta no início do ano, tocou bandolim como se nada tivesse acontecido. Ele que tirou o choro da eterna condição de relíquia fez dele uma música viva, esperta, curiosa e buliçosa nesta parceria com Marcel.

Foram dois dias de show com ingressos esgotados. No segundo dia foi necessário abrir uma sessão extra para atender o público que também gosta de música instrumental. A estreia foi tão boa que novos shows foram agendados para São Paulo e Rio de Janeiro. As apresentações darão origem ao CD Ao Vivo Baden Powell Tribute.

 

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