Recentemente, citando o que foi mostrado em reportagem da TV Correio (“Correio Cidades” de 15-01-2022) sobre a força atrativa do centro histórico de João Pessoa no aspecto turístico-cultural, sobretudo em relação às igrejas de Nossa Senhora das Neves, São Francisco, São Bento, Nossa Senhora da Misericórdia, Nossa Senhora do Carmo, São Pedro Gonçalves, entre outras tombadas pelo IPHAEP, disséramos que as imagens exibidas apontavam para a necessidade de algum serviço de restauração, pelo menos no que de mais elementar é exigível: a (re)pintura! E dissemos ser descabida a argumentação de que governo municipal e/ou governo estadual não possam direcionar verbas para tal restauração.
Agora, domingo 23-01-2022, foi o jornal A União que, em reportagem de página inteira, noticia que a “Capela de Santa Teresa D’Ávila, conhecida como Igreja da Ordem Terceira do Carmo, tem infiltrações e está infestada de cupins”. Diz também que, segundo a restauradora de bens culturais, imóveis e integrados do IPHAEP, Maria Piedade Farias, referida igreja “apresenta infestações de cupins e de fungos, acúmulo de excrementos de morcegos e pombos, além de perdas parciais do forro”.
Na mesma reportagem de A União também consta que na avaliação do assessor cultural da Arquidiocese da Paraíba, Augusto Moraes, “as igrejas que precisam de restauração são as seguintes: a Igreja do Carmo, a Capela Santa Teresa e a Igreja São Pedro Gonçalves”. Consta, igualmente, que “quando existia a Oficina-Escola de Revitalização do Centro Histórico de João Pessoa, as igrejas históricas recebiam mais atenção no que diz respeito à preservação”. Cabe perguntar: não mais há a Oficina-Escola?!…
A mesma reportagem de A União ainda aponta que desde o final do governo Dilma Rousseff não mais houve verba para a “preservação desses monumentos religiosos”, governo este encerrado em 31 de agosto de 2016, ou seja, há 5 anos e 5 meses! Quer dizer: por todo este tempo não houve qualquer serviço de preservação desse precioso patrimônio histórico!
Daí a pergunta constante no título destes escritos: “Arcebispo, prefeito ou governador?!… Quem ´nem está aí´?!…”. E imediatamente dizemos entender que estas três autoridades públicas, pelo que delas e sobre elas conhecemos, estão, sim, preocupadas pela preservação de tão valioso patrimônio histórico! Está faltando só, tão só, a iniciativa de uma delas, que em nosso pensar mais cabe ao arcebispo Dom Manoel Delson, solicitando uma audiência/reunião com o prefeito Cícero Lucena e o governador João Azevedo para, institucionalmente juntos, adotarem as providências necessárias a que toda a Paraíba, e não só a cidade de João Pessoa, espera!