Aqueles que recebem mais do que um salário mínimo receberão reajuste acima da inflação, segundo proposta apresentada pelo governo e sindicalistas e que terá de ser aprovada pelo Congresso
A decisão foi tomada na noite desta terça-feira e os sindicalistas deixaram a reunião com o governo comemorando a vitória.
“Estamos implementando pela primeira vez no Brasil o que nós estamos chamando do aumento real para os aposentados, mas mais do que isso, a implementação de uma política permanente de recuperação do poder de compra das aposentadorias”, declara Artur Henrique, presidente da CUT.
O aumento foi definido em uma fórmula: a inflação do ano anterior mais a metade do crescimento da economia de dois anos antes. O impacto desse reajuste será de mais de três bilhões de reais em 2010.
O ministro José Pimentel diz que as contas da Previdência estão equilibradas. O déficit está sob controle e a arrecadação vem aumentando nos últimos anos.
“Esse acordo ele é perfeitamente absorvível pelas nossas contas previdenciárias”, diz José Pimentel, ministro da Previdência Social.
Mas, para alguns economistas, essa conta não fecha. Eles dizem que a arrecadação da Previdência subiu por que a economia estava crescendo. E que isso pode não acontecer sempre. Esse ano, por exemplo, o déficit da Previdência, que estava previsto para chegar em dezembro a R$ 41 bilhões, pode ser maior do que isso.
“Neste momento o mais importante é usar o dinheiro para investimento, para que a economia possa decolar e puxar o setor privado pra vir junto”, diz Raul Velloso, economista.
Se a nova fórmula passar no Congresso, o reajuste, em janeiro do ano que vem, será de 6,2% para quem ganha aposentadoria maior que um salário mínimo. Para o aposentado que ganha um mínimo, o aumento será maior, de cerca de 9%.
Jornal da Globo