O presidente do PMDB da Paraíba, Antônio Souza, confirmou hoje que a Comissão de Ética do partido deve se reunir em breve para analisar o caso dos dissidentes que apoiaram a candidatura de Ricardo Coutinho ao Governo do Estado. Ele se referiu mais uma vez e espeficamente à deputada estadual Iraê Lucena, mas admitiu que a mesma providência pode ser aplicada ao deputado Quinto de Santa Rita e ao prefeito de Santa Rita, Marcos Odilon. Quanto a eles, o presidente disse que iria solicitar ao diretório local as informações a respeito da desfiliação de ambos. Caso eles não tenham pedido, Antônio declarou que será necessário "tomar providências".
– Temos que cumprir o que rege nosso estatuto e o código de ética do partido. Ele diz que tendo o PMDB candidato, todos devem apoiar. No nosso caso, fomos surpreendidos pela decisão de Quinto e Marcos Odilon. Eles disseram que iam sair do partido, mas nós os consideramos duas pessoas de bem e lamentamos que eles saiam. No caso de Erasmo e Iraê Lucena, eles apoiaram o candidato de outro partido. Vamos usar o que reza o estatuto no que diz respeito aos deveres partidários. A executiva vai se reunir com o retorno de alguns deputados que estão em viagem e encaminhar esses nomes. O Código de Ética prevê a expulsão ou o cancelamento de filiação aquele que desobedecer reiteradamente as determinações partidárias ou que atuar em apoio a candidato de outro partido. Fazemos isso constrangidos, mas não podemos compactuar quem viola a disciplina partidária e abandona um candidato próprio.
Antônio referiu-se a Quinto e Marcos Odilon como se aguardasse o pedido de desfiliação de ambos. Quando informado de que Marcos havia garantido que não sairia, o presidente do PMDB garantiu que buscaria informações junto ao diretório municipal de Santa Rita. Caso o pedido de desfiliação não tivesse sido protocolado, Souza admitiu encaminha-los ao Conselho de Ética.
Maranhão ministro – Outro assunto comentado pelo presidente estadual do PMDB paraibano foi a especulação surgida esta semana sobre uma eventual cotação do governador José Maranhão (PMDB) para um cargo no Governo de Dilma Rousseff. Souza disse não ter conhecimento da indicação, mas não a descartou:
– Partirá do PMDB Nacional fazer as indicações. Se o governador for indicado para ser ministro ou diretor de estatal, ele terá plenas condições de responder bem porque tem experiência, competência e ficha limpa. Se houver chamamento, será da cota do PMDB Nacional.
Direção questionada – Finalmente, ao ser questionado sobre as críticas de lideranças peemedebistas como Iraê Lucena e Salomão Gadelha à sua condição de presidente e ao movimento, que toma corpo, para levar a presidência do diretório partidário a um detentor de mandato, Antônio disse não fazer objeção, mas ressaltou que o processo tem que ser realizado com novas eleições:
– Estou no cargo por contingência. Sou filiado há muitos anos, atuo na direção estadual há muitos anos e fui eleito pela executiva, que me indicou. Estarei pronto para entregar a qualquer filiado nosso que tiver a eleição referendada pela maioria. Eu estou na presidência temporariamente. Minha área não é política e nem almejo cargos. Sou executivo e tenho administrado com equilíbrio o diretório. Quem me suceder, não terá dificuldades. Nem Vitalzinho e nem outros candidatos eleitos me pediram para deixar a legenda e eu vou continuar até que haja uma eleição.