Depois de ter suas contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraíba no dia de ontem, a ex-gestora do Fundo Empreender, Amanda Araújo Rodrigues disse ter estranhado a decisão justificativa pelos conselheiros ” face às irregularidades apontadas pela auditoria, reiteradas em parecer ministerial, entre as quais, o elevado número de inadimplência em relação aos empréstimos concedidos, falta de transparência e de controle da efetividade na aplicação dos recursos”.
Amanda acompanhou o julgamento e disse ter vergonha “de ouvir da boca de um conselheiro do TCE que eu concedi empréstimos para entes públicos. Ou é má fé, ou é falta de preparo”. Mais que isso, declarou que o Tribunal de Contas integraria um movimento persecutório a ela e ao esposo, Ricardo Coutinho: “Eu penso que o TCE está sem transparencia, sem rumo. Na verdade parece que o TCE está sendo ameaçado por algum setor do MPPB, isso está claro. Essa minha reprovação de contas, faz parte de todo lawfare que estão fazendo com meu marido, com minha família”.
Em outro trecho da nota, a ex-gestora afirma estar tranquila, ter agido corretamente e que apresentará recurso: “Vai chegar a hora que essa palhaçada será desfeita. (…) Eu fiz o melhor lá. Pode ir até lá e ver toda a equipe que ainda trabalha lá, em sua grande maioria treinada por mim. Vamos adiante. Eles vão precisar se explicar melhor sobre mais essa patuscada que fizeram hoje”.
Confira a íntegra da nota de Amanda Rodrigues que foi originalmente enviada ao jornalista Laerte Cerqueira, publicada no Jornal da Paraíba e repercutida no blog de Tião Lucena:
“É muito estranho essa reprovação, já que essas contas foram divididas entre eu e Tibério [Limeira, atual secretário do Desenvolvimento Humano do Estado da Paraíba]. Aprovaram as dele e reprovaram as minhas. O interessante é que minhas contas de 2017 foram aprovadas. Inclusive, os conselheiros Andre Carlo e Nominando apesar de seguir o relator, falaram sobre isso. Sobre os avanços que o programa atingiu em minha gestão.
Na administração pública, não existe mágica. O gestor chegar, encontra algumas coisas que precisam ser melhoradas, sobretudo em um programa que é novo como o Empreender, e que, por ser de interesse público não pode ser paralisado. Então, se mudam os pneus com o carro andado.
Eu sentei com a equipe do Empreender e refiz toda a metodologia.
E foi exatamente isso que eu fiz.
Ao chegar no Empreender, encontrei um programa sem sistema, sem metodologia, sem arquivo digital, coisa que é essencial para um banco.
Esse sistema que eu adquiri, atendeu todas as normas de auditoria do TCE, da Controladoria Geral do Estado e e também do Tribunal Superior Eleitoral.
Adquiri um sistema, criei um código de atividade, mudei o organograma do Empreender, fiz o primeiro arquivo totalmente digital do estado
Além disso, eu fiz 4 feiras de negócios e empreendedorismo na Paraíba, 10 circuitos Empreender.
Eu não posso ser avaliada por um tribunal que me acusa de não ter transparência, e julga minhas contas como julgaram a dos outros gestores, que diz que eu concedi empréstimos a entes púbicos. Isso nunca ocorreu.
Hoje o Empreender funciona como uma agência bancária, para isso eu precisei até mudar o organograma.
Treinei a equipe, mudei de prédio.
Não tínhamos nem condições de trabalho. E isso porque além de o programa ser um bebê, faltava profissionalização. E foi isso que o governador me pediu quando me convidou a ser gestora do Empreender.
Eles executaram através da pge, duas multas minhas que eu já havia pago.
Para você ter uma ideia.
Eu penso que o TCE está sem transparencia, sem rumo. Na verdade parece que o TCE está sendo ameaçado por algum setor do MPPB, isso está claro. Essa minha reprovação de contas, faz parte de todo lawfare que estão fazendo com meu marido, com minha família.
Assim como Curitiba, a Paraíba também não é uma república.
Está tudo documentado. Porque eu sou extremamente correta.
Vai chegar a hora que essa palhaçada será desfeita.
Mas eu irei procurar meus direitos.
Na vida e sobretudo no trabalho.
Programa Empreender é de fundamental importância para a microeconomia do estado.
Eu estou tranquila, irei recorrer. Primeiro no TCE, depois na justiça.
Para você ter uma ideia, eu passei a custear o Empreender com seus próprios recursos.
Certamente amanhã estarei estampada em todos os locais, como gestora que teve as contas reprovadas.
Eu fiz o melhor lá. Pode ir até lá e ver toda a equipe que ainda trabalha lá, em sua grande maioria treinada por mim.
Vamos para diante. Eles vão precisar se explicar melhor sobre mais essa patuscada que fizeram hoje.
Economia, eficiência, transparência. Nunca faltou em minha gestão.
Uma pena, um órgão que era pra ter credibilidade, servindo de massa de manobra para praticar lawfere e fazer politicagem barata!
Faz parte do lawfare.
Eu sinto até vergonha de ouvir da boca de um conselheiro do TCE que eu concedi empréstimos para entes públicos. Ou é má fé, ou é falta de preparo.
Espero que você nunca passe por isso, e também que os conselheiros e familiares. Tenho certeza, poucos aguentam”.