O atual alto preço do saco de 60 kg de milho, praticado em balcão pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) está inviabilizando as atividades dos pequenos produtores rurais da Paraíba e de outros estados do país, principalmente os da região Nordeste. O alerta foi feito pelo presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), paraibano Rômulo Montenegro, ao presidente da Companhia, Francisco Marcelo, nesta quarta-feira (14), em Brasília, em reunião na sede do órgão federal.
Rômulo Montenegro reivindicou providências urgentes para que haja a redução do preço do milho vendido pela Conab. O presidente do Conseagri advertiu e lembrou: “Urge a regularidade de abastecimento. E o preço da Conab tem que ser compatível com o do mercado comum, como tradicionalmente o foi”.
Também participaram da reunião o diretor-executivo de Operações e Abastecimento, Fernando José de Pádua, a superintendente de Abastecimento da Conab, Ana Pinto; o secretário de Agricultura de Alagoas, Henrique Soares; e o representante dessa Pasta no Rio Grande do Norte, Rodrigo Oliveira Maranhão.
Após intensas discussões sobre esse primeiro item da pauta de reunião, definiu-se que, na formulação do preço da venda do milho em balcão da Conab, serão acatadas, de agora em diante, as cotações apresentadas por cada estado da federação, por meio do Conseagri, que se balizará pelo mercado consumidor, “uma vez que atualmente os valores da Companhia estão muito acima dos praticados pelo livre comércio”, segundo informou Rômulo Montenegro.
Também se convencionou que, a partir dessa sexta-feira (16), o milho da Conab na Paraíba será vendido não a R$ 57,96, como estava sendo praticado, mas a preço reduzido para R$ 51,78; e, na próxima quinzena, que se iniciará em 30 de novembro, já serão apreciadas as cotações apresentas pelo Conseagri, sempre obedecendo a realidade de cada estado.
Fazenda e Frente Parlamentar
Após cumprimento do terceiro item da pauta, acertou-se que o Conseagri buscará manter audiência com o Ministério da Fazenda, no sentido de que seja retomado o tradicional subsídio da venda do milho em balcão da Conab. “Esse subsídio consiste em uma política de manutenção da agropecuária do país, praticada em diferentes regiões. No Nordeste ela se apresenta, por exemplo, na venda de milho a preço abaixo do mercado consumidor, com produtos do estoque regulatório do Governo Federal”, explicou o dirigente paraibano.
Ainda a propósito desse subsídio, Montenegro deu mais detalhes. “O Nordeste, por ser importador do milho produzido e vendido por outras regiões invariavelmente distantes como, por exemplo, o Centro-Oeste e Sul, recebe-o a preço extremamente majorado para fazer face às dificuldades de logística e transporte. De tal forma que o subsídio age como eficiente instrumento estabilizador para proporcionar a permanência da produção agropecuária no Nordeste”.
Ao final da reunião, o secretário de Estado da Paraíba e presidente do Conselho lamentou: “Esse subsídio foi retirado em 2018 pelo Governo Federal e está inviabilizando as atividades do sofrido produtor rural nordestino, principalmente agricultores familiares, pequenos e médios”.