Nem mais caberia tratar sobre este assunto após o Governo do Estado (através da SEFAZ-PB e do DER-PB) haver acordado na sexta-feira (dia 21 do corrente mês), com as empresas do transporte coletivo urbano de João Pessoa e Campina Grande, a redução da alíquota alusiva ao ICMS incidente no valor do combustível utilizado na respectiva atividade. Sem dúvida, tal providência caracteriza o reconhecimento do próprio governo estadual quanto às reais dificuldades das empresas para manterem o benefício atinente à “integração metropolitana” sem que o setor público participe pelo menos com parte do ônus financeiro decorrente.
No artigo anterior eu já dissera ter focado este assunto para desfazer desinformações contidas em um comentário veiculado através da mais novel emissora de rádio de João Pessoa e em que o comentarista até mencionara meu nome pretendendo ilustrar que as dificuldades das empresas (se reais) seriam decorrentes de má gestão empresarial. E – como que em tom de crítica – destacou que as empresas realizaram, por vários anos, o “Prêmio AETC-JP de Jornalismo”, evento que – segundo o dizer do comentarista – “era a maior festa da cidade no tempo daquele senhor Mário Tourinho”. Certamente desconhece que referida ação de responsabilidade sócio-cultural a que qualquer empresa deve realizar e é (como foi) muito bem recebida pela sociedade, especialmente pelo segmento contemplado, realizara-se em tempo de equilíbrio econômico-financeiro e contava com a parceria de uma outra empresa: a detentora da tecnologia utilizada em João Pessoa relativamente ao sistema de bilhetagem eletrônica.
Aliás, ou a propósito, todo empreendedor, inclusive o relacionado a emissoras de rádio ou mesmo a um programa específico, deve conhecer que para colocá-lo “no ar”, especialmente se de segunda feira ao sábado, por duas horas diárias, tem de obter uma receita ao nível das despesas decorrentes, inclusive para remuneração do(s) apresentador(es) e cobertura dos custos cobrados pela própria emissora de rádio. Daí, neste caso, caber a esse empreendedor buscar “publicidades” para serem veiculadas no programa e assim lhe propiciar receita para ter o devido equilíbrio econômico-financeiro. Se não o consegue, o programa “sai do ar”.
Sob a mesma lógica funcionam as empresas de transporte coletivo. Elas têm que obter uma receita que lhes possibilite – como é o caso de João Pessoa – disponibilizar para a população todo dia, 24 horas por dia, uma frota de mais de 450 veículos, que exige a contratação de milhares de profissionais, que exige também consumo de cerca de 1,6 milhão de litros de óleo diesel, que exige permanente manutenção de cada um dos ônibus, que exige principalmente anual renovação dessa mesma frota sob pena de até aumentar seus custos de manutenção e, o pior, sob pena de “sair do ar”… quer dizer: encerrar suas atividades empresariais.
Como bom seria se o equilíbrio econômico-financeiro das empresas de transporte coletivo urbano fosse mesmo retomado e elas pudessem voltar a realizar, senão aquela “maior festa da cidade”, merecidamente dedicada à imprensa paraibana, como a de 2012 na Maison Blunelle e na qual o homenageado especial foi o imortal jornalista Martinho Moreira Franco… mas, pelo menos que pudessem realizar essa ação sócio-cultural no estilo já não de “maior festa” como a de 2013, no auditório do Hotel Tambaú, esta, entretanto, também tão bem recebida e aplaudida por esta mesma imprensa paraibana, naquela oportunidade homenageando as grandes jornalistas Edilane Araújo e Lena Guimarães (Lena, que em novembro de 2019, foi chamada aos céus)!…
