A notícia da morte da jornalista Lena Guimarães me atingiu em cheio hoje de manhã como um desses acontecimentos densos, inesperados, quase impossíveis. Ela era uma mulher tão forte, de personalidade marcante que parecia parte indissolúvel do jornalismo paraibano. Além do mais, com sua discrição, não eram muitas as pessoas que sabiam que lutava contra um câncer de pâncreas.
Não trabalhei com Lena e tive poucos contatos com ela, conhecendo-a mais pela fama de competente e durona. Só de ouvir falar.
Comigo, nas vezes em que nos encontramos, conversamos ou trocamos mensagens no WhatsApp ela sempre foi muito gentil e surpreendente. Chegou a me indicar para um emprego sem sequer me conhecer pessoalmente. E teceu sobre mim as melhores referências, a ponto de meu futuro empregador insistir em me colocar na equipe.
Vou guardar dela essa recordação de generosidade e afeto. Quando agradeci, ela enfatizou: “Não precisa. Você é merecedora”.
Guardei como uma das mais genuínas e desprendidas demonstrações de carinho que alguém já teve comigo.
Adeus, Lena. Você desbravou caminhos para que nós, mulheres jornalistas, mesmo as que não têm sua imensa força, pudéssemos caminhar nesse labirinto multitarefas que escolhemos como ofício. Muito obrigada por tudo. Vá em paz!