O prefeito de Santa Luzia, Ademir Morais disse ontem que está tranquilo em relação às acusações, feitas pelo Ministério Público Federal de fraude em licitação e desvio de verbas públicas. Ele responde a processo sob suspeita de ter participado do esquema que ficou popularmente conhecido como “Máfia das Ambulâncias” ou "Máfia dos Sanguessugas". Ele se defendeu das acusações e afirmou estar tranquilo.
– Em 2004 eu estava à frente do município de Santa Luzia como prefeito e fui comunicado pelo gabinete do senador Ney Suassuna (PP), que tinha sido destinado o valor de R$ 80 mil para compra de uma ambulância para Santa Luzia. Fizemos a licitação e homologamos. Quando o recurso chegou, eu não era mais o prefeito, a administração posterior foi que comprou e recebeu o carro. A seguir estourou a Operação Sanguessuga, a fiscalização veio em Santa Luzia e no seu relatório apontou que houve uma diferença no carro de cerca de R$ 538,00 e faltaram equipamentos R$ 10.800. E eu pergunto: Eu não recebi o carro nem paguei por ele, como posso responder por falta de equipamento?
Segundo Ademir, os prefeitos envolvidos no esquema das “sanguessugas” foram vítimas de uma quadrilha composta por pessoas ligadas ao Ministério da Saúde e empresários.
– Esse processo vem caminhando desde 2009, agora o MPF achou pouco e denunciou no TRE, pois agora qualquer sensacionalismo é pouco, pois é período eleitoral. Vou esperar ser notificado e vou me defender. Meu direito é bom, tenho a consciência tranquila. Já fui prefeito três vezes e nunca tive uma conta rejeitada. Vou provar à justiça que sou inocente, que não houve má fé, nem fraude nem enriquecimento ilícito. Nós prefeitos fomos vítimas de uma quadrilha de parlamentares, membros do Ministério da Saúde e dos empresários. Eles formaram uma quadrilha e trouxeram essas ambulâncias. Devido à fragilidade e deficiência dos municípios, nós nos submetemos a fazer esse tipo de compra.