O Ministério Público da Paraíba, a Polícia Rodoviária Federal,0 o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil e a Coordenadoria da Infância e da Juventude do Poder Judiciário realizaram uma operação que resultou na prisão do ex-presidente da Sociedade Naturista de Tambaba., Nelci Rones Pereira de Sousa, e apreendeu mais de 500 fotos que caracterizam crime de pedofilia.
Em uma entrevista coletiva concedida na manhã desta quarta-feira (14), nas sede do MPPB, o coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado do MPPB, Octávio Celso Gondim Paulo Neto, explicou que a Operação Predador pode constatar que “determinadas pessoas, servindo-se em tese da filosofia naturista, cooptavam e recrutavam crianças e adolescentes para explorá-las e abusá-las sexualmente”.
O promotor defendeu uma maior reflexão sobre a questão do naturismo pela sociedade. “Percebe-se que em Tambaba, infelizmente, vem tendo um desregramento no acesso, razão pela qual propiciou essa situação. São inúmeras as fotografias de crianças que, em tese, primeiramente era levada para Tambaba para se customizar a situação naturista e depois eram levadas à residência do investigado onde eram fotografadas e abusadas sexualmente”, relatou.
As fotografias apreendidas têm nítida conotação pornográfica e os próprios pais permitiam que as crianças e adolescentes fossem fotografadas e o produto publicado em sites. As instituições envolvidas na operação, suspeitam que existe uma comercialização dessas fotos e vídeos para sites internacionais.
Os promotores de Justiça de Alhandra e Caaporã, Francisco Lianza e Cassiana Mendes, defenderam um regramento rígido no que diz respeito ao acesso das crianças e adolescentes na Praia de Tambaba. “O nosso interesse maior é garantir os interesses das crianças e adolescentes, estabelecendo um regramento mínimo e rígido com relação ao controle do acesso de crianças e adolescentes na praia”, afirmou Lianza, observando, no entanto, que ele se quer trazer uma repercussão danosa ao turismo na área do Litoral Sul. O promotora propôs “estabelecer um diálogo com a Prefeitura, com a Sonata, Ministério Público e Magistratura para se chegar a um consenso e se controlar a a frequência de crianças e adolescentes à praia. Temos informações seguras de prática de sexo explicito naquela praia”.
Por fim falou o juiz da Infância e Juventude Fabiano Moura de Moura, que disse que a Coordenadoria da Infância e da Juventude do Poder Judiciário dará total apoio para que o juiz Helder Ronald possa atuar no combate a pedofilia, juntamente com os membros do Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal.