O deputado Carlos Batinga negou hoje que tenha responsabilidade em irregularidades detectadas em 2004 no escândalo que ficou conhecido como Máfia das Sanguessugas. Ele disse que mais de 80 prefeituras paraibanas receberam ambulâncias compradas à empresa Planan, investigada no escândalo. Monteiro foi uma delas, beneficiada por uma emenda parlamentar do senador Ney Suassuna, mas o convênio realizado foi apenas para receber a unidade móvel de saúde.
“Nenhum prefeito foi condenado por isto, pois o convênio feito na época foi absolutamente legal. Existiu a possibilidade de recebermos a ambulância e a licitação e compra foi feita pelo Ministério da Saúde. Não poderia imaginar que os empresários da Planan receberam informações privilegiadas, em Brasília, envolvendo funcionários de ministérios, para vencer a licitação”, disse ele.
Segundo ele, a PF continua investigando o caso, mas informações sobre o convênio já foram enviadas na época. “A Polícia Federal continua cumprindo seu papel, pois a quadrilha tinha um integrante ocupando cargo no Ministério da Saúde que manipulava a licitação e fraudava a concorrência valendo-se de empresas de fachada. É fundamental que as investigações continuem”, disse Batinga.
Segundo Batinga, a atual prefeita de Monteiro, Ednacé Henrique quer fazer estardalhaço com um assunto que já foi pauta na mídia em 2006. Para o deputado, a prefeita deveria prestar informações à PF enviando a documentação e ainda respondendo na Câmara denúncias de irregularidades na compra de carne e até cimento durante sua atual gestão.
Batinga disse que o caso foi denunciado esta semana na Câmara Municipal de Monteiro, quando o vereador Paulo Sérgio mostrou empenhos de compras de cimento feito na cidade de Esperança no valor de R$ 20,00, enquanto que na própria cidade de Monteiro o saco de cimento é vendido por R$ 18,00 .
Apresentando cópia dos empenhos, Paulo Sérgio mostrou que uma empresa da cidade de Sumé, a Servicon, foi contratada por R$ 14 mil para pintar o meio-fio na cidade de Monteiro. O vereador mostrou também que material de expediente (canetas, envelopes, cola, durex, papel, palito de picolé, etc) estão sendo comprados a uma empresa de João Pessoa, a Comercial Nobre, localizada no bairro do Bessa. Já a carne, segundo o vereador, está sendo adquirada na Boutique das Carnes, localizada em João Pessoa, no bairro de Manaíra. De acordo com ele, os preços são superiores aos vendidos na cidade.