Do ponto de vista político e do marketing, Bolsonaro acertou. Moro foi quem errou.
O capitão se elegeu dizendo que iria combater a corrupção. E terá como ministro, do ponto de vista do senso comum, o maior símbolo do combate à corrupção no Brasil.
Na prática, Moro é o maior nome nessa área, queira ou não a esquerda admitir. Óbvio que a Lava Jato tem muitos méritos, apesar das ações de viés político. A última delas foi a liberação da delação de Palocci na semana da eleição.
Se essa estratégia de Bolsonaro vai dar certo, é cedo para afirmar. Falar é fácil, governar são outros 500. O Brasil tem mais de 500 anos de história para nos lembrar que eleição é uma coisa e governo é outra bem diferente.
Moro tem competência e cacife para a missão. Só não sabemos se usará para o bem de todos os brasileiros. Não podemos prejulgar nada, embora seus seguidores achem normal essa prática.
O sim de Moro a Bolsonaro não foi dito hoje. Já estava pronto. Quando ele disse que iria pensar no assunto. Estava muito claro que ele já tinha decidido. Apenas fez charminho.
Amigos, vou repetir o que já disse varias vezes. O ego de Moro é maior que o senso de justiça dele. Mas isso, agora, não vem ao caso. É passado.
O presente é o que importa agora. Moro errou ao deixar de ser somente juiz. Deu munição suficiente para os políticos corruptos o colocarem sob suspeição. Ele apenas, não, a Lava Jato. Moro deu lugar ao político que sempre existiu e que ele negou que existisse. Moro mentiu.