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A epidemia de violência contra as mulheres no Brasil de Bolsonaro

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Casos de violência contras as mulheres, infelizmente, são um dos mais perenes traços de nossa tradicional cultura machista. Mas, chama atenção o aumento destas agressões ultimamente. De acordo com o Disque 180, serviço do governo federal de atendimento às mulheres, o número de feminicídio cresceu 120% em 2018! Ou seja, mulheres estão morrendo no Brasil pelo fato de serem mulheres.

Relatório da organização internacional Human Rights Watch, divulgado no último dia 17 de janeiro, é alarmante: está acontecendo no Brasil uma epidemia de violência contra as mulheres, generalizada, sobretudo, em âmbito doméstico. Quem consegue pensar apenas um pouco sobre o assunto irá se perguntar por qual motivo, exatamente em 2018, houve um aumento de 120% nos casos registrados?

O relatório cita sem tergiversar a ascensão de Jair Bolsonaro e com suas conseqüências racistas, homofóbicas e misógenas como o fenômeno social que explica o clima de ódio e, neste contexto, o aumento estarrecedor de casos de violência contra as mulheres. Em 2018 foram 4.539 mulheres assassinadas no Brasil, isto sem contar os casos de violência psicológica e agressões morais.

Em 2019 continuam diariamente os registros dos mais diversos tipos de agressões e crimes de modo que, mesmo quem não leu o relatório, mas, acompanha o noticiário, perceberá este aspecto do “novo Brasil”. Um país que mobiliza milhões de pessoas a partir de uma arma feita com a mão, obviamente, incentiva a violência gratuita e estimula os agressores. O país que “quer acabar com tudo isso que está aí” e que diz que “acabou a farra”, trata como “mimimi” o perigo de vida que correm as mulheres brasileiras, até mesmo dentro de suas próprias casas.

Para além da epidemia de violência, para a qual o novo governo obviamente não apresentou nem apresentará nenhuma medida, as mulheres brasileiras já enfrentam dificuldades adicionais. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres no Brasil ganham em média 23,5% menos que os homens, mas, a diferença salarial em algumas ocupações pode chegar a 53%.

As mulheres recebem menos, porém, são mais qualificadas. Na população com idade superior a 25 anos, 16,9% das mulheres têm ensino superior, contra 13,5% entre os homens. Dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, divulgados em setembro de 2018, têm em média mais um ano mais de expectativa de estudos que os homens.

Desde 2016, voltando aos dados do IBGE, as mulheres passaram a ocupar 44% das vagas do mercado de trabalho, embora só ocupem 37,8% dos cargos de chefia. Este efeito colateral do machismo se acentua atingindo o conjunto da sociedade quando percebemos que, nos últimos 20 anos, o número de lares sustentados pelas mulheres cresceu 105%.

As mulheres brasileiras se comparadas às mulheres dos países vizinhos, são as que mais gastam seu tempo em trabalhos domésticos. A ONU/PNUD aponta que as brasileiras gastam 13,3% de seu tempo com tarefas domésticas, contra 3,1% dos homens. Ou seja, as mulheres ficam 4,3 vezes mais que os homens em atividades não remuneradas necessárias para a manutenção da casa e da família.

Só para comparação, enquanto as brasileiras gastam 4,3 vezes mais tempo que os homens em trabalhos domésticos, as chilenas gastam 2,2 vezes, as argentinas 2,5 vezes, as paraguaias 3,4 vezes e as uruguaias 2,4 vezes mais que os homens. Isto quer dizer que a propensão do homem brasileiro de ver a mulher como sua emprega é mais que o dobro dos homens em países vizinhos. De preferência, sentando à mesa para ser servido.

As mulheres no Brasil trabalham fora e ganham menos. Trabalham em casa mais que quatros vezes que os homens, e apesar de tudo isso, ainda estudam mais e são mais qualificadas que eles. Agora, estão sendo vitimadas por uma epidemia de violência em nome do combate ao politicamente correto promovido pelo Brasil de Bolsonaro. Ah, e a reforma da previdência vem aí e não será ela, com certeza, que reparará as injustiças contras as mulheres, muito pelo contrário…

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