A erosão da falésia do Cabo Branco corresponde ao tema da audiência pública que a Assembleia Legislativa pautou para a quarta feira, 8 de maio em curso, por proposição do deputado Ricardo Barbosa.
Ele – Ricardo Barbosa –deve ter orientado o Cerimonial da AL/PB no sentido de que a audiência conte ou contasse, como convidados, com os representantes da Prefeitura de João Pessoa (responsável direta pelo projeto de contenção da referida barreira) para que, na ocasião, ele (Ricardo), como líder do Governo, possa ou pudesse dizer que o Estado também está disposto a efetivamente participar, até financeiramente, para que “republicanamente” salvemos tão referencial ponto turístico como a área mais oriental das Américas!
Na Câmara de Vereadores de João Pessoa várias audiências públicas já foram realizadas. Em abril de 2016, por exemplo, o vereador Bruno Farias destacou que o importante não é encontrar culpados para um problema que se arrasta há muitos anos, mas saber “como andam as ações” e “como podemos ajudar”.
Em novembro de 2014, também na CMJP, o então titular da Seplan/JP, Rômulo Polari, diante de questionamentos quanto à eficácia de quebra mares que se planejava colocar, disse: “Não podemos ficar só olhando a barreira desmoronar-se”. Da parte de Raoni Mendes houve a seguinte expressão: “E essa causa ultrapassa bandeira de oposição ou de situação”. Já Lucas de Brito acentuou: “O importante é que salvemos este patrimônio geográfico, histórico e cultural”.
Em 21 novembro de 2018, no Correio da Paraíba, e em face de uma reportagem publicada no dia anterior com uma foto bem chamativa sobre a erosão da barreira do Cabo Branco, escrevemos o seguinte: “No Governo Ricardo Coutinho, ele como prefeito, parecia que a solução relativa à barreira do Cabo Branco estava próxima. E não aconteceu. No Governo Agra, mais pertinho parecia estar. Também não aconteceu”.
Sobre a necessidade de proteger-se a barreira do Cabo Branco existe crônica desde 1982, como uma do imortal jornalista Nathanael Alves (que já está nos céus), escrita no antigo jornal O Norte. Trinta e sete anos atrás já cobrava providências contra essa erosão da barreira do Cabo Branco.
Tomara que essa nova audiência pública não seja apenas mais uma audiência pública, mas que, a partir dela, a Prefeitura de João Pessoa e a Câmara Municipal, a Assembleia Legislativa e o Poder Executivo estadual, assim como deputados federais e senadores, todos “republicanamente” nos unamos para, com espírito realmente público e esquecendo interesses puramente eleitorais, ajamos para que no mais breve tempo possível tenhamos executado o projeto protetor da barreira do Cabo Branco – ponto mais oriental das Américas!