Célia Chaves

Psicóloga clínica, psicanalista em formação, jornalista, palestrante e terapeuta de casal. Atendimentos presenciais, on-line e domiciliar
Celia Chaves

A arte da sedução e conquistas

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Muito mais que aparências ou simplesmente beleza física, a arte da sedução vai além, envolvendo magnetismos, qualidades, sensações e vibrações tão particulares, que rejeita estereótipos e padrões estéticos. Seduzir e deixar-se ser seduzida dizem respeito a algo que transborda carisma, autoconfiança, química, humor e autenticidade. A sedução é uma prática antiga, que acompanha a história da humanidade.

Alguns conquistadores, inclusive, atravessam os tempos, a exemplo de Casanova e Don Juan. Até hoje nomeiam sedutores, em meio à variedade de estratégias e investidas. E eles continuarão atuando, estabelecendo territórios e chamando a atenção para si.

As mulheres também, entre uma e outra ajeitada de cabelo. Se há um sorriso então, o jogo da sedução pode começar, com direito a flertes, olhares e protagonismos. A mulher da atualidade é muito mais dona de si , nesse jogo da vida. Segundo a antropóloga americana, Helen Fisher, o olhar é o principal instrumento do namoro entre seres humanos.

De acordo com a antropóloga, o olhar suscita duas reações: aceitação ou rejeição. Difícil mesmo é ignorá-lo. Evidente que há muitas outras coisas, a exemplo do toque, posturas e sintonias corporais, associadas às várias fases e interfaces do contato físico. O tato é considerado o sentido-mestre.

A sedução também acontece, claro , de maneira espontânea, genuína, até despretensiosa. Há algo mais sedutor que o bom humor? Encontrar alguém, planejada ou inesperadamente, capaz de arrancar risadas, conversas amenas e alegrias escancaradas. De repente, as horas parecem não passar, porque a companhia exala felicidade, positividade e faz aflorar nosso melhor.

Óbvio que aquele encontro merece ser replicado por várias vezes. Afinal de contas, em 2024, 2025, 2026 … e sempre, iremos precisar de bate-papos sedutoramente felizes, romanticamente falando ou não. A sedução também é multifacetada. Passeia nas entrelinhas dos diversos trajetos existenciais e esferas emocionais.

Ela é capaz de transformar relações amorosas, familiares, sociais e profissionais. Faz toda a diferença na construção de laços, seja nas parcerias sexuais, afetivas ou na forma de amor mais genuína: a amizade. Entretanto, segundo o psicólogo italiano Aldo Carotenuto, “o maior erro que podemos cometer é pensar que o outro nos seduziu”. Para ele, somos seduzidos por nossas próprias imagens, que “o outro foi apenas capaz de evocar”.

Como tudo nessa vida, a sedução também se dá de forma negativa, com o propósito de enganar e maltratar pessoas, principalmente mulheres. Quem já foi vítima de um Don Juan que o diga. Mas, quando lançada espontânea e amorosamente, é capaz de fazer sorrir e encantar o mais incrédulo dos seres.

Além do humor, alegria e positividade, há outros ingredientes que podem nos tornar sedutoramente mais leves e emocionalmente inteligentes. Uma boa autoestima, empoderamento afetivo, autoconfiança e desenvoltura na comunicação irão ajudar bastante.

Escutar bonito também é sedutor, e vale mais que falar bonito. Mostrar interesse real pelas palavras do outro, fazer perguntas, acolher e ser afetuoso são virtudes com forte poder de conquista. A sedução, de fato, ultrapassa paradigmas e padrões estéticos.

É verdade que beleza física não atrapalha. Até atrai olhares e pessoas, ao menos em um primeiro momento, mas não é suficiente à consolidação de relações que pretendem ir além de superficialidades. Muito além das parcerias sexuais, conveniências, utilidades e troféus. Vinícius de Moraes, o nosso “poetinha”, que me perdoe, mas beleza não é fundamental, tampouco para o início de qualquer forma de romance. O sorriso, sim …

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