O jornalista José Luiz Júnior, vice-prefeito de Campina Grande, lamentou hoje a exoneração por parte do governador Ricardo Coutinho de todos os integrantes da comissão estadual que trata da doação de orgãos e tecidos para transplante da Paraíba.
Com isso, segundo ele, a comissão está sem funcionar, impossibilitando a organização no processo de captação de orgãos, melhor identificação dos potenciais doadores, abordagem mais adequada de seus familiares, melhor articulação do hospital com a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Orgãos no Brasil, viabilizando-se uma ampliação qualitativa e quantitativa na captação de órgãos.
Segundo José Luiz, sem esta comissão torna-se impraticável a doação de orgãos no Estado, sendo a sua destituição uma ação que prejudica gravemente a saúde pública na Paraíba, atingindo, sobretudo, quem precisa em caráter de urgência de transplante para que possa recuperar a sua saúde e manter-se vivo.
“Como estarão, neste momento, as famílias de pessoas portadoras de graves doenças e que necessitam de transplante? Qual será o destino destas pessoas? Lamentavelmente, o governador firma uma verdadeira sentença de morte contra quem precisa de doação de órgãos na Paraíba”, questiona José Luiz.
Para José Luiz, o atual governador toma certas atitudes sem medir as consequências, atingindo diretamente pessoas fragilizadas pela doença e que estão, praticamente, à beira da morte. “É preciso um repensar neste tipo de atitude. O governador não deve tomar atitudes precipitadas, sem medir as conseqüências e sem pensar nos que sofrem e correm sérios riscos de perder a própria vida a qualquer momento”, afirmou.
Ele lembrou o seu próprio caso, pois foi beneficiado com um transplante de fígado, o que lhe restituiu a saúde. Sem este providência, José Luiz hoje estaria morto, numa demonstração da importância da existência de uma comissão especializada para executar todo o processo de doação de orgãos na Paraíba.
“Não podemos regredir. A Paraíba precisa avançar em todos os sentidos, sobretudo no campo da saúde e na assistência às pessoas necessitadas da doação de orgãos. Quem tinha um discurso progressista, não pode, em hipótese alguma, tomar uma atitude tão nefasta e capaz de por em risco a vida de quem tanto necessita daquele tipo de iniciativa. Quem vai se responsabilizar pelo desaparecimento dos que não tiveram um ogão destinado a lhes dar assistência em um momento tão grave?”, questionou Zé Luiz.
Segundo ele, o governador não poderia deixar de uma comissão tão importante “acéfala”, ou seja, sem comando e sem integrantes para execução das suas missões. Em sua visão, o governador deveria de imediato ter providenciado a nomeação de novos integrantes. “Este é um apelo de quem foi salvo graças a um transplante de fígado e entende o clamor dos que sofrem e não tem a quem recorrer”, concluiu.