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Uma janela especial para o cinema nordestino de quatro estados

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O cinema brasileiro historicamente tem buscado o seu devido reconhecimento junto ao seu público. Na época em que as salas de cinema eram o único espaço de exibição, o nosso cinema gozou de muito prestígio com as chanchadas da Atlântida, companhia cinematográfica que existiu no Rio de Janeiro entre 1941 e 1962 e produziu mais de sessenta longas-metragens, entre musicais e comédias, em sua grande maioria, estrondosos êxitos de público), e os melodramas da Vera Cruz, companhia situada em São Bernardo do Campo, São Paulo entre 1941 e 1954, com uma produção de mais de 40 longas durante sua existência.

Os filmes produzidos pela Atlântida e Vera Cruz levaram os brasileiros em massa ao cinema, fenômeno posteriormente jamais repetido, salvo em poucas ocasiões de forma esporádica com um outro lançamento. Os cinemas organizados como complexos de salas em shoppings espalhados no Brasil praticamente se fecharam ao cinema brasileiro, privilegiando o cinema hollywoodiano “arrasa-quarteirões” que amiúde ocupam na mesma temporada mais de uma sala no mesmo complexo.

É de nos surpreender que a Cinépolis, a maior cadeia de cinemas da América Latina, abra um espaço generoso de sete dias para, pasmem, o cinema produzido no Nordeste brasileiro. De 12 a 18 deste mês, em quatro capitais nordestinas (João Pessoa, Natal, Fortaleza e São Luís) acontece o 1º Festival Cinépolis do Cinema Nordestino com a exibição de oito longas-metragens, em única exibição cada (veja programação abaixo). Parece pouco, mas é a única forma de fazer nossos filmes serem apreciados num espaço de difícil acesso à nossa produção.

Particularmente, sou adepto da ideia de salas públicas para a cinematografia brasileira, digamos, independente. Talvez, melhor, alternativa, aos esquemas industriais de produção e distribuição. Percebi um desperdício jogar obras brasileiras autorais num horário ingrato em salas de cinemas de shoppings sem nenhuma publicidade. Constatei isso na estreia aqui em João Pessoa do longa ‘O pastor e o guerrilheiro’ (José Eduardo Belmonte, 2022), na própria Cinépolis do Manaíra Shopping, às 22h, com dois espectadores à espera da sessão: meu irmão Buda Lira, ator do filme e eu. Ao entrar no Cine Banguê do Espaço Cultural, um cinema público, o filme encontrou seu nicho.

Este Festival da Cinépolis, não competitivo, traz obras significativas da cinematografia paraibana, em particular, e nordestina. Idealizada pela Bolandeira Filmes (de Andrea e Lúcio Vilar, coordenadores do Fest Aruanda), apresenta filmes de ficção e documentários que instigam o espectador e a crítica em termos de experimentação e força poética, premiados no Brasil e no exterior. A curadoria levou em conta uma seleção obras que mostrasse a força do cinema paraibano e nordestino, privilegiando obras que não tiveram um espaço tão significativo de veiculação e divulgação. Em cada capital onde o festival acontece há uma programação particular que inclui filmes de diretores locais, mas a tônica está nos filmes paraibanos.

PROGRAMAÇÃO DE 12 A 18 DE OUTUBRO –
HORÁRIO DAS SESSÕES: 20h30

FORTALEZA – Cinépolis Shopping RioMar
12/10 – Os Pobres Diabos (FIC) Rosemberg Cariry – (Diretor Homenageado)
13/10 – Greta (FIC) – Dir. Armando Praça
14/10 – Pacarrete (FIC) – Dir. Allan Deberton
15/10 – Soldados da Borracha (DOC) – Dir. Wolney Oliveira
16/10 – A Praia do Fim do Mundo (FIC) – Dir. Petrus Cariry
17/10 – Currais (DOC) – Dir. David Aguiar e Sabina Colares
18/10 – Pequenos Guerreiros (FIC) – Dir. Bárbara Cariry

JOÃO PESSOA – Cinépolis Manaíra Shopping
12/10 – Beiço de Estrada (FIC) – Dir. Eliézer Rolim – (Diretor homenageado – Póstuma)
13/10 – Desvio (FIC) – Dir. Arthur Lins
14/10 – Bia (FIC) – Dir. Taciano Valério
15/10 – Aponta pra Fé ou Todas as Músicas da Minha Vida (FIC)– Dir. Kalyne Almeida
16/10 – O Seu Amor de Volta (Mesmo que ele não queira) (DOC) – Dir. Bertrand Lira
17/10 – Miami Cuba (DOC) – Dir. Caroline Oliveira
18/10 – Jackson – Na Batida do Pandeiro (DOC) – Dir. Marcus Vilar e Cacá Teixeira

SÃO LUÍS – Cinépolis São Luís Shopping
12/10 – Terras de Quilombo (DOC) – Dir. Murilo Santos – (Diretor Homenageado)
13/10 – Lamparina da Aurora (FIC) – Dir. Frederico Machado
14/10 – Manuel Bernardino: O Lenin da Matta (DOC) – Dir. Rose Panet
15/10 – Ventos que sopram – Maranhão (DOC) – Dir. Neto Borges
16/10 – Celso Antônio, Brasileiro (DOC) Dir. Beto Matuck
17/10 – No Fundo da Terra (DOC) – Dir. Milena Carvalho
18/10 – Jackson – Na Batida do Pandeiro (DOC) – Dir. Marcus Vilar e Cacá Teixeira

NATAL – Cinépolis Natal Shopping
12/10 – Boi de Prata – (FIC) Dir. Carlos Augusto Ribeiro Jr. – (Diretor Homenageado – Póstuma) 13/10 – Beiço de Estrada (FIC) – Dir. Eliézer Rolim
14/10 – O Seu Amor de Volta (Mesmo que ele não queira) (DOC) – Dir. Bertrand Lira
15/10 – Aponta pra Fé ou Todas as Músicas da Minha Vida – Dir. Kalyne Almeida
16/10 – Desvio (FIC) – Dir. Arthur Lins
17/10 – Fendas (FIC) – Dir. Carlos Segundo
18/10 – O Alecrim e o Sonho (FIC) – Dir. Valério Fonseca

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