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Doenças cardiovasculares respondem por um terço das mortes de mulheres no mundo

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Atualmente, as doenças cardiovasculares em mulheres já ultrapassam as estatísticas de câncer de mama e de útero. Por isso, a saúde cardiovascular das mulheres causa cada vez mais preocupação para nós, especialistas.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que as doenças cardiovasculares respondem por um terço das mortes de mulheres no mundo. A cada ano, são registradas 8,5 milhões de mortes de mulheres no mundo, o que corresponde a mais de 23 mil mulheres vítimas de doenças cardiovasculares por dia. Entre as brasileiras, principalmente acima dos 40 anos, as cardiopatias representam até 30% das causas de morte, a maior taxa da América Latina.

Embora a incidência de infarto seja maior no grupo masculino, as mulheres morrem mais. De acordo com um levantamento feito nos Estados Unidos, do total de mulheres infartadas, 14,6% morreram, enquanto entre os homens o índice de mortalidade foi de 10,3. Boa parte dessa diferença se deve ao fato de que o infarto sem dor é mais comum nas mulheres.

O estudo realizado nos Estados Unidos também reforça que os sintomas das mulheres não são típicos. Quando o homem tem um infarto, costuma sentir uma forte dor no peito, em aperto, que se estende para os braços. Entretanto, para as mulheres é comum sentir náusea, fraqueza, dores gástricas, falta de ar, dor que se estende pelas costas, ombros e mandíbula – sintomas que podem ser confundidos com outras doenças, como problemas gástricos ou de coluna.

Por isso, é essencial que as mulheres, ao sentirem os sintomas do infarto, como uma dor repentina no estômago, peito ou nas costas, busquem logo uma avaliação médica. O tempo é fundamental para a preservação do músculo cardíaco.

Estudo inédito do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, referência nacional em cardiologia, aponta que as mulheres obesas e hipertensas correm 10 vezes mais risco de sofrer um ataque do coração, como infarto, do que homens nessa mesma condição. Esse estudo reflete que a alimentação inadequada desses pacientes, rica em açúcares, gordura e sódio, pode ser a fonte primária para aumentar o risco cardiovascular, causando obesidade e hipertensão.

 

TABAGISMO E USO DE ANTICONCEPCIONAL

Segundo o Ministério da Saúde, o risco de infarto do miocárdio, embolia pulmonar e tromboflebite (uma inflamação que ocorre nas veias e que é causada por sangue coagulado) é dez vezes maior em mulheres jovens que fumam e usam métodos contraceptivos orais. O risco aumenta quando a mulher é tabagista e tem mais de 35 anos, uma vez que nessa idade os níveis de hormônios— entre eles o estrogênio — começam a diminuir naturalmente.

Tanto o uso de anticoncepcionais quanto o fumo afetam a parte vascular do nosso organismo. A ação dos dois ao mesmo tempo faz com que o sangue entre em estado de hipercoagulabilidade, ou seja, tornam o sangue ainda mais espesso do que se houvesse apenas um desses fatores atuando. O sangue mais grosso aumenta o risco de formação dos coágulos.

 

RISCOS DA MENOPAUSA PARA O CORAÇÃO

Há ainda um outro fator muito importante que afeta a saúde do coração das mulheres: a menopausa. O hormônio estrogênio é um protetor e aliado do coração, pois estimula a dilatação dos vasos, facilitando o fluxo sanguíneo. Com a chegada da menopausa, o nível desse hormônio diminui, o que aumenta o risco do desenvolvimento de algumas doenças.

Além disso, mulheres com menopausa precoce ficam vulneráveis mais cedo a doenças cardiovasculares, pois os níveis de estrogênio começam a baixar antes. Tal condição reforça a necessidade de fazer avaliações médicas periódicas.

Aquelas que já se enquadram no grupo de risco (que inclui hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, colesterol alto, estresse, sedentarismo e histórico familiar) não devem esperar o período da menopausa para ir ao médico, mas procurá-lo antes dos 30 anos.

Após os 40, é indicado que a mulher compareça a consultas periódicas, pois já está na fase da pré- menopausa e o nível de estrogênio começa a cair. Depois dos 50, é indispensável fazer uma avaliação, no mínimo, uma vez por ano.

 

 

*VALÉRIO VASCONCELOS é doutor em cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, pesquisador e escritor. Médico pesquisador no Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP (InCor/FMUSP).

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