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Cícero Lucena desiste de candidatura e pergunta onde errou

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O senador paraibano Cícero Lucena (PSDB) confirmou hoje as especulações e, em discurso na tribuna do Senado Federal, anunciou sua desistência de concorrer ao Governo da Paraíba.

– Voluntariamente, eu declino. Não quis a derrota pessoal de ninguém. Recebi e aceitei a determinação nacional de meu partido para coordenar a campanha de José Serra – disse ele.

Em determinado momento de sua fala, Cícero ficou com a voz embargada e perguntou a seus colegas de partido na Paraíba:

– Onde eu errei? – e acrescentou – Todos os cargos são passageiros, mas as práticas políticas só são válidas quando servem para o bem comum. Os profissionais estão certos ao dizer que "amigos, amigos, política à parte".

Neutro – Ao sair de cena, Cícero ainda criticou os dois pré-candidatos ao Governo que restaram na disputa. Sem citar os nomes de José Maranhão (PMDB) e Ricardo Coutinho, ele perguntou se apenas restaria à Paraíba as opções do "atraso" e da "falta de novidade".

Leia a íntegra da Carta Aberta aos Paraibanos, lida pelo senador hoje à tarde:

CARTA ABERTA AOS PARAIBANOS

Permitam-me invocar um testemunho sincero antes de convidá-los a uma reflexão muito importante. Desde que entrei na vida pública, há 20 anos, mantive a disposição de servir à Paraíba por meio de cada uma das funções e missões que Deus e o povo me concederam.

Procurei ter a cada dia a exata dimensão do quanto todos esses cargos são passageiros. Por isto mantenho até hoje a compreensão de que, ao final, o que fica e vale são as práticas e as ações que resultam no bem comum. É assim que se percebe  quando a política está sendo exercida como atividade nobre, a favor das pessoas, dos anônimos, dos que mais necessitam.

Como vice-governador, governador, ministro de Estado e prefeito de João Pessoa por duas vezes, compartilhei idéias e projetos que de sonhos à realidade resultaram na melhoria da vida de nossa gente. Hoje, no Senado, trabalho também para ampliar para todo o País alguns dos nossos avanços, algumas de nossas conquistas. Por exemplo: a distribuição de fardamento em toda rede pública de ensino; a entrega domiciliar, e também gratuita, de medicamentos a hipertensos e diabéticos; a implantação de aterros sanitários para acabar os lixões a céu aberto.

Confio que essa dedicação à Paraíba, marcada por uma trajetória política de correção e lealdade, motivou originalmente a convocação de companheiros e aliados para disputar, como candidato a governador, as eleições de outubro próximo. Motivado, novamente caminhei meses pelos municípios. Não para conhecê-los, porque mais do que saber onde ficam, criei dezenas e para dezenas benefícios levei quando exerci o governo e continuo levando com senador da Paraíba.

Hoje, ironicamente, peço que me ajudem a encontrar respostas para estar pagando por erros que, sinceramente, busco ainda identificar.

Onde exatamente errei? Teria sido ao pautar toda uma trajetória política pela correção e lealdade?  Pela renúncia? Pelo desprendimento pessoal em favor da causa? 

Mas, por que cultivar valores tão descartáveis nestes tempos modernos? Estão certos eles, os profissionais. Nos ensinam que o sábio é compreender: amigos, amigos, política à parte. 

Teria cometido erro ao confiar na sinceridade de propósito de alguns amigos e correligionários? Ou quando acatei tão determinada orientação para trabalhar e viabilizar uma candidatura? 

Certamente me enganei. Quem mandou não entender bem? Por que não aprender logo com os sábios o que é certo? E o certo, ora, é: lealdade, lealdade, política à parte.

Onde exatamente errei? Teria sido por ter cometido pecado capital ao defender o direito à candidatura própria de um agrupamento partidário vitorioso, seguidamente vencedor? Prá quê defender uma história de tantas lutas? A conjuntura é outra e é preciso compreender: correção, correção, política à parte.

Teria eu errado ao questionar que se estreitaram agora as opções do eleitor entre o atraso que combatemos e a falsa novidade que sempre nos combateu? Com o devido respeito, mas será que é somente isso que nos resta como opção?

O tempo permanecerá senhor da razão. Não faço julgamentos. E nem recomendações por nenhum dos candidatos.  Caberá ao eleitor a reflexão sobre depositar confiança naqueles que oferecem todos os motivos para conquista do voto, e depois, simplesmente, descumprem todos, um a um.

Será erro grave questionar o que há por trás das aparências? Ou esta “opção” que se apresenta agora, não é a mesma que até recentemente era governo, convenientemente situação, e hoje, pela mesma conveniência, se apresenta como oposição?  

Onde exatamente errei? Teria sido ao insistir que os  paraibanos tem direito a mais oportunidades de escolha? Ou em buscar qualificar mais o debate? Será crime ampliar o leque de propostas para o eleitor decidir o melhor caminho de acelerar o desenvolvimento e promover a justiça social? 

Onde exatamente errei? Ao não aceitar que está cada vez menor, na Paraíba, o espaço para o exercício da política como atividade nobre? 

Quando conseguiremos manter longe, bem distante, práticas e procedimentos que desacreditam e degradam as relações políticas com essa lamentável rapidez e forçada naturalidade? 

Deixaremos que a esperteza política e a falta de transparência sobreponham-se aos interesses das pessoas, dos anônimos, dos que mais necessitam?

Após muita reflexão e orações ao lado de minha família, afasto-me de uma batalha, não da luta em defesa dos interesses dos paraibanos. Deixei claro, desde o início da condição de pré-candidato, que minha intenção nunca foi a derrota pessoal de ninguém.  Sempre quis, e quero, que a Paraíba ganhe. 

Além do trabalho como senador, vou abraçar outras formas de continuar defendendo uma Paraíba melhor e mais justa. Recebi e aceitei a convocação nacional do meu partido, o PSDB, para participar da campanha do meu amigo pré-candidato à presidência da República, José Serra. Lutarei com empenho para inserir anseios e reivindicações da Paraíba no programa nacional de um governo que fará o Brasil poder mais, muito mais.

Quero agradecer a solidariedade da Executiva Nacional do PSDB, em nome do presidente Sérgio Guerra, amigo de todos os momentos, de quem obtive apoio incondicional e permanente para manter minha pré-candidatura, que agora, voluntariamente declino.

Gratidão é o que ofereço aos solidários, aos que me deram força nas horas mais difíceis dessa caminhada.

Compreensão é o que peço aos que torcem e entendem que eu deveria continuar. 

Aprendi que em dado momento na vida nem sempre nossos projetos são os projetos de Deus. A Ele agradeço todas as oportunidades e missões que me permitiram chegar até aqui superando dificuldades, vencendo desafios. 

A todos, a reafirmação de que saio com toda minha fé. Continuarei minha peregrinação com a certeza de que vou encontrar, sempre, forças de continuar servindo ao meu semelhante.

Que Deus proteja a todos!

Muito Obrigado.

Cícero LucenaSenador da República

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